quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

É dia de feeeira, quem quiser pode chegar. Só precisa trocar a agulha.


Nunca se falou tanto na liberação de algumas drogas. O assunto já foi capa de várias revistas pelo mundo afora, inclusive de algumas das nossas. A maconha é, sem dúvida, a droga da vez, o matinho é um forte candidato a virar um produto lícito. Mas há quem ache que todos os entorpecentes deveriam ser legais – apesar que, legais eles são, mas tô falando de legais na forma da lei, gente. E enquanto o assunto corre por reuniões com respaldo político, econômico e social, alguns lançam mão de iniciativas próprias para incentivar, de modo, bem curioso a procura por outras drogas. Oops! Não é isso? Claro que é. Tá no título. Heroína na veia!

A metáfora do anúncio nos leva a um mundo onde a humanidade, não tendo mais os valores familiares, nem onde buscar consolo, recorre a uma existência suprema, a personificação da grande mãe, aquela que tudo cura, onde problemas encontram soluções - principalmente, soluções químicas. A figura feminina do anúncio, inspirada na imagem e semelhança da mulher, cede à todos a segurança do ninho. Ela os acolhe sem discriminação, sejam bons ou ruin, saibam fazer títulos ou não. Ou será que isso foi apenas mais uma grande obra de um departamento de marketing sem noção, critério, razão ou circunstância correndo em suas veias? Que tal injetar uma dose de bom senso de vez em quando? Hein! Sei não, viu.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Olha, custa mil. Mas já que tu não sabe disso, eu te faço no precinho, por 10 mil. Blz?



O filme acima é apenas um exemplo muito interessante do que vamos falar mais abaixo. Vamos começar explicando esse vídeo.

Três amigos colocaram a mão em mil dólares e tiveram uma idéia. Certo, até ai tudo bem. Eu também teria: pagaria umas contas. Mas eles resolveram fazer um remake de uma cena bem conhecida do cinema, e que custou milhões de dólares: o desembarque em Omaha Beach no dia D! Tudo foi feito com “APENAS” mil dólares e em quatro dias. 4 DIAS!!!!

Vamos lá.

Quem já orçou a produção de filme, aqui em João Pessoa, principalmente, por conhecimento de causa, já deve ter se sentido, mais ou menos, como ironizado no título do post.

O mercado publicitário da Paraíba vem crescendo num ritmo que chega a ser esperançoso. Temos grandes empresas locais, regionais, nacionais e até multinacionais se instalando em nossa cidade. O legal seria que essas empresas, principalmente as locais e regionais, assim como suas agências, assumissem uma postura bem profissional em relação aos benefícios que um bom exercício de marketing pode gerar para ambos. Alguns já apostam em novos formatos, em novas mídias, em ações diferenciadas, investem em PDV, branding, não vêem a internet como algo pro futuro, e sim, a ferramenta do presente. Mas outros ainda se apegam ao feijão com arroz de todo dia. E, infelizmente, ainda são esses que sustentam algumas de nossas agências.

O desenvolvimento de novas tecnologias está facilitando e aprimorando a produção, tanto gráfica, quanto de áudio e vídeo. Por exemplo: para sair do marasmo algumas agências já recorrem a produtoras de áudio de Salvador, Recife e até Rio/ São Paulo. Isso porque o preço – aaaaahhh, o preço! É apenas um pouquinho mais elevado, já o resultado final – hehehe, esses sim, é de fazer o sujeito nem pensar duas vezes: faz fora! A internet possibilita isso sem nenhum problema ou risco, tanto ao dinheiro do cliente ou a qualidade do trabalho. Mercados mais desenvolvidos, profissionais muito mais éticos e aptos, fazem a diferença lá fora. Não estou dizendo que os profissionais daqui são incompetentes, larápios e antiéticos, não! Que isso, gente? Mas há. Na briga para comer a sua fatia passam por cima de princípios que, se fossem respeitados, fariam bem a todos nós.

Já tem produtora daqui trabalhando para clientes de fora, e fazendo bonito. Sim, eles pagam bem. Ok, mas, o quanto se paga, justifica toda essa disparidade na qualidade do trabalho? Para os 3 amigos do vídeos acima, não. Nem para os estúdios e produtoras de fora que atendem agências daqui com tabela de preço adequada ao nosso mercado, cobrando o mesmo ou até mais barato que as locais.

O que acontece aqui é simplesmente que esses fornecedores cobram pequenas fortunas por um trabalho que deixa muito a desejar. E por não haver muita concorrência, estipulam aquilo que querem. Em sua quase totalidade, são profissionais limitados, pouco criativos, colocadores de banca, desatualizados e de tanto fazerem a mesma coisa todos os dias, tornaram-se viciados.

Agora, será que alguma das produtoras locais topa orçar/produzir, com a mesma qualidade, um remake da mesma cena? Eles fizeram com mil dólares em 4 dias!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

E a comunicação da Unimed continua ruim das pernas. Mas parece que o problema tá na cabeça.





Aquele que tem acesso a determinados jornais da cidade já foi agraciado com um dos façanhosos anúncios da Unimed João Pessoa, os quais deixam transparecer o esmero com que a empresa trata sua comunicação – atualmente caracterizada por idéias banais, sem graça e de baixo intelecto. Sem falar, mas já falando, do posicionamento de “falsa promessa” que eles insistem em agregar. Já que ninguém vai deixar de ficar doente porque fez um plano de saúde, e sim, terá uma suposta segurança, caso fique. Mas esse é um mal que assola quase todos os planos de saúde.

Os citados anúncios acima, são pequenos diabos que fazem parte de uma insistente estratégia de mídia – a meu ver, não muito eficiente – que se proliferam informando, da maneira mais burra possível, as condições, promoção e até se camuflando de institucionais, às vezes. Mas, o que vale a pena ser apontado é a “não criatividade” aplicada ao trabalho, o esforço zero, a ausência de critério. Acreditamos que o fundamental para uma boa criação é o conhecimento do produto/serviço que será anunciado. No caso de uma house agency, o conhecimento adquirido é profundo, pois vivem o dia-a-dia da coisa. Então, o que falta para anúncios surpreendentes, engraçados e do caralho? Bem, não sei.

O que vejo é uma empresa que não se preocupa com sua imagem. Aproveita exaustivamente dos poucos momentos de sucesso, encobre aqueles outros que as pessoas não precisam ficar sabendo, sustenta um programete de tv – talvez o menos ruim apelo da grandalhão verde, mesmo sendo uma ação recheada de critérios políticos internos.

Por um certo período a Unimed rendeu bons anúncios, que argumentavam de maneira criativa o porquê de si ter um plano de saúde que custa os “zói da cara”. Hoje, apela para trocadilhos asquerosos, me fazendo questionar: Como a comunicação de um plano de saúde pode me fazer passar tão mal?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Perdi até a fome.



Pertinho da hora do almoço resolvi dar uma olhada nos Clubes de Criação por ai a fora. Como sempre, o CCRJ me surpreende. O segundo maior CC do pais não tem critério. É um “Fala povo” da publicidade. Me pergunto por que não vejo esse nível baixo no CCSP. As agências não mandam trabalhos para lá? Há um critério de avaliação? Espero que haja mesmo, porque um CC tem como premissa maior ser a vitrine do mercado, no caso do CCRJ e do CCSP, nacional. Se é isso o exposto, essa é a nossa referência? Não, nem perto. Somos bons nessa parada de comunicar. Publicitários brasileiros, mesmo ainda guiados por modelos importados, são admirados em todo o mundo. Como é o caso do nosso ícone, o senhor W/ Olivetto. Que entende propaganda como um veículo não apenas apto a vender cerveja, geladeira, palha de aço e TV LCD de 42” com a Ivette dançando do lado. E sim, como um meio capaz de levar cultura às pessoas. Já que estamos invadindo o lazer delas de forma tão arbitrária para dizer aos homens que se eles comprarem esse ou aquele carro eles vão comer mais mulheres, se tomarem essa ou aquela cerveja vão ser mais bacanas. E a elas, que estão gordas, com a pele feia, ficando velhas e que seus filhos querem fazer cocô na casa do Pedrinho. Se todos pensassem como o Washington teríamos mais qualidade nos horários comerciais, ao abrir uma revista, assistir um merchandising, ouvir um spot, até mesmo ao ficar pendurado numa espera telefônica, teríamos algo a acrescentar a alguém. Mas parece que a tendência é ficar cada vez mais fútil, com bunda, crianças cagonas boazinhas, Ivettes, Calypsus e por ai vai. É tudo tão sem sal que às vezes perco até o gosto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Em enquete, perguntamos: "Fora o cliente, quem mais tem culpa?". O resultado mostra que uma coisa liga à outra.



Primeiramente, feliz Ano Novo para todos os leitores do blog. Que 2008 traga muita felicidade, paz e conquistas. As primeiras já podem vir junto ao consagrado prêmio da propaganda paraibana: o Chapéu de Ouro. Eita, danado!

Em consonância ao que vem sendo ressaltado nos comentários, resolvemos alinhar a enquete realizada mês passado, pelo blog, ao já intitulado movimento: “Massacrados da Criação”. O mais interessante é prestar atenção em como eles se afirmam. As críticas feitas, supostamente, pelos “Massacrados”, tem como alvo os donos de agência. Não importando o tamanho, o potencial criativo ou qualquer outro fator delas. Pois bem, antes de tirarmos alguma conclusão precipitada vamos adiante.

No esforço de manterem suas empresas abertas os donos fogem, meio que com freqüência, do formato de gestão de uma agência de propaganda. Atropelam etapas, estipulam prazos impraticáveis, obedecem rigorosamente aos pedidos (ordens) de seus clientes - pessoas que muitas vezes não fazem idéia do que é propaganda. Assim, esses empresários, assumem total irresponsabilidade ao ameaçarem com dicas, palpites e caprichos alheios, a funcionalidade das peças criadas. Isso desencadeia uma corrente de eventos que podem acarretar na perda da credibilidade da agência, ou pior, a impressão da não necessidade de uma agência, pelo cliente. Sem falar dos efeitos internos. Seqüelas fáceis, já que o endomarketing praticado nas agências não é lá nenhuma maravilha. Pode-se sentir isso no resultado da enquete. Sabemos que não são os clientes que lêem esse blog, são os funcionários, parceiros e até alguns donos de agência. Então esses números são apenas o ponto final de um processo que tem início em pequenas coisas ocorridas no dia-a-dia das agências.

O quadro atual do mercado pode não ser apenas culpa dos clientes, senhores donos de agência. Nosso mercado está estagnado porque os senhores se vêem como sujeitos soltos lutando por causas divergentes e não como uma força conjunta pra fazê-lo prosperar. As reuniões da Abap-PB poderiam muito bem ser chamadas de planos de boicote ao mercado. Regadas de dormência e inércia, resultam em zero.

Enquanto os profissionais não forem valorizados, um bom modelo de gestão seguido e a cultura publicitária implantada nas agências e exposta aos clientes, o mercado continuará puxando rédea de cavalo morto.



P.S

A enquete tem uma margem de acerto de 2 pontos percentuais, para mais ou para ainda mais.