domingo, 11 de outubro de 2009

Foi chupar, perdeu o lugar.

Vamos voltar agora para 2008. Festa do Prêmio Criatividade, categoria Mercado: apresentados os candidatos, duas peças chamam muito a atenção. Não por serem boas mas por lembrarem muito duas outras peças já existentes. Na ocasião, foi notória a indignação de muitos presentes que conheciam as peças originais que serviram, digamos, de matéria-prima. Mesmo assim, as duas agências responsáveis pelas reproduções foram vencedoras. Sorrisos, gritos e abraços tomaram conta na euforia da vitória, enquanto queixos despencados não acreditavam naquilo tudo. Mesmo assim, duas peças supostamente copiadas acabavam de ganhar um prêmio que se propõe a avaliar a criatividade da propaganda paraibana.

Avançando uma casa no tabuleiro do tempo, chegamos em 2009. Dia 4 de Outubro, o portal Paraíba 1 divulgou que a comissão, quase um ano depois, chegou à conclusão que o filme “Uma boa carne”, vencedor da categoria mercado era, na verdade, uma baita chupada – demoraram, hein? – e desclassificaram a ectoplasmática agência Life. A matéria também cita a peça “Paris”, que mais parece segunda via de papel carbono, do clipe da música "À quoi ça sert l'amour?”, muito conhecido no youtube. Mas nesse caso, a comissão entendeu que houve apenas uma inspiração – coisa simples: de traço, cores, ângulos, ritmo, cenas e contexto, somente.

Quem faz isso, só pode não levar a profissão a sério. Nem a profissão nem a si mesmo. Já que, criar, implica em dizer “fui eu quem fez” e isso envolve uma coisa chamada propriedade intelectual que, na chupada, inexiste. Pelo contrário, há a violação disso. E é uma puta roubada, na dualidade do termo.

Lembram de dois casos famosos de chupada envolvendo o mesmo profissional? Pois é, ao que tudo indica, a única coisa que ele conseguiu com isso foi um processo para ele e outro para agência onde trabalhava.

Para quem pensa que não acontece, taí.

Queremos dar os parabéns à vagarosa, porém eficaz, comissão do Criatividade pela não-negligência de um fato como esse. O prêmio acaba de ganhar mais credibilidade e isso sim é importante para um mercado onde propaganda boa e ruim são tratadas como iguais.

Infelizmente, como já abordamos antes, esse não é um fato isolado. Diariamente, muitos profissionais vasculham a internet atrás de grandes ideias já realizadas, para posarem como pais de uma criança clonada. Seja uma marca, um título, um layout, uma ideia.. a falta de respeito, de princípios e de ética levam a isso.

Pensem bem antes de tomar essa decisão. Caso contrário, em vez de estarem recebendo prêmios, estarão entregando.

Ow, vai ter solenidade pra isso?

Queremos comer e beber de graça.

UPDATE:.
Graças a nossa atenta audiência conseguimos localizar o sub-produto do clipe "À quoi ça sert l'amour?” de Edith Piaf com Théo Sarapo. Vamos colocar os 2 um abaixo do outro como uma metáfora de nossa opinião.



14 comentários:

LC disse...

Poucas vezes comento aqui mas dessa vez senti vontade por alguns motivos.
Vamos aos fatos:

1) Ainda durante o prêmio alguns grandes profissionais desse mercado como Edu Cury e Dadado Gonçalves, por exemplo, me alertaram que havia muita irregularidade em peças finalistas desse prêmio. Eu levei em consideração o que eles disseram porque são caras com os quais compartilho visões sobre a profissão e sobre o mercado. Ou seja, são caras bons nos quais devemos nos mirar.

2) Sempre discuti sobre alguns erros que considero graves na essência do Prêmio Criatividade. A principal delas se refere as categorias que são extremamente genéricas. Exemplo: se você faz 2 filmes institucionais concorre na categoria mercado com vários filmes de varejo. Ou seja, naturalmente o jurado ao avaliar as peças se vê impelido a classificar a peça institucional como fora-de-categoria, erro de inscrição ou ainda fora dos critérios.

3) Se você já separou alguns minutos para ler o regulamento do prêmio deve ter se deparado com a maior anomalia dele: o prêmio se chama criatividade mas os critérios de maior peso são todos voltados para a questão de excelência técnica na produção. Ano passado não li o regulamento, mas até 2007 com certeza absoluta, o item ideia original estava lá pelo quarto ou quinto item dentre os critérios principais da premiação.

4)O júri precisa ser composto por profissionais de criação publicitária e dos bons. Precisa estabelecer uma mensuração rígida de qualidade, as vezes até não premiando com primeiro lugar quando assim for percebido pelo júri. É imprescindível que esse prêmio mantenha essa credibilidade;

5) Odeio mesquinharia e acho uma puta injustiça os criativos não serem premiados. Aí vai uma grande pataquada cometida pelas agências e seus donos. Já ganhei o prêmio diversas vezes e nunca ganhei sequer uma réplica do troféu, que aliás considero ainda mais importante que qualquer prêmio material. Mas está lá no regulamento que os criativos é que fazem jus ao prêmio e não os donos, os atendimentos, os mídias ou os primos do dono da agência. Isso é injusto e ao mesmo tempo indicativo do quanto nossa classe de criativos é pouco unida pra fazer valer o que está escrito. Ainda assim acho que a TV poderia ajudar concedendo o prêmio diretamente nas mãos de quem assina a ficha técnica. Se isso é assim no mundo inteiro porque aqui seria diferente?

6)Em relação ao episódio da desclassificação aliás, acho que a peça exibida aí em cima também deveria ter sido eliminada. Na minha opinião, não chega a ser uma chupada, mas é uma referência explícita demais (usa até a música original como trilha - aliás e os direitos comerciais da música?)para ser premiada. Acho que a peça não pode ser laureada em um prêmio com esse nome, apesar dos critérios lá escritos poderem permitir a interpretação de que essa peça merece prêmio. Na minha modestíssima opinião, deveria ter sido eliminada da mesma maneira.

dalcaledu disse...

é uma chupada mesmo e ponto final. acho que tá claro pra todo mundo.
se a TV não acha isso é mais um ponto pra se desconfiar desses critérios do prêmio

...fé na tábua. disse...

Critérios? Que critérios? Há é conflito entre a descrença e a esperança numa realidade em que o "networking"(??) vale mais que mil horas de trabalho (sem ser considerado como hora extra, é claro).

Peças premiadas inspiradas ao ponto de se confundirem com as originais atestam que muitas vezes o cliente tem razão em contratar sobrinhos, filhos e afilhados para reconstruir "sacadas" a preço de banana.

É revoltante.
É fé na tábua com coragem e disposição (até aprender).

Frank Pessoa disse...

Acho que o maior erro dos criativos que fizeram essa peça foi ter utilizado a mesma música. Com outra trilha sonora, ficaria apenas na referência, pois os desenhos não são muito parecidos. ;D

Anônimo disse...

É impressão minha ou o dono desse blog sempre protege a identidade do maior chupador do mercado. É tão notório isso que soa ridículo, não?
Será que o blogueiro é amigo do chupinhador?
Porque não entrega o tal Guto DiBessa?

Publiciotário disse...

Sugestão para um post buemba!!!

Tem uma agenciazinha do Gov de Mára, uma tal de "Yes", que está montando um verdadeiro "dream team" de criação. Dizem as más linguas que esta estupenda equipe criativosa será formada por profissionais vindos de Recife e Natal, além de medalhões do mercado paraibano (Dois futuros ex-diretores de criação de agências bem conceituadas no mercado). Todas essas estrelas serão comandadas à pulso firme por um já conhecido Dir. de Criação Sargentão "Matador de Jobs" e Destruidor de Equipes. Resta saber se essa receita vai vingar ou se os "egos" vão se digladiar até não restar mais nada. Só o tempo dirá. (Sin... quer dizer, sim... a grana lá tá rolando solta, parece que vão pagar até em EURO. Ui!)

Fé? Porra nem uma. disse...

Primeiro - O VT é um chupada e ponto, a ideia da conquista em o casal é a mesma sem falar q realmente o uso da trilha fudeu tudo, a ilustra não é tão parecida, mas se for por isso Guto tb ñ chupou aquela ilustra, ele mudou as cores e o cenario tb.

Segundo - Na vencer o "networking", nem horas d trabalho, muito menos ideias.

Terceiro - Mesmo considerando como uma não chupada, devido a semelhança tão na cara, já era motivo suficiente para ele ficar d fora.

Anãonimo disse...

Como tem gente mesquinha nesse mercado: é impressionante.

Anônimo disse...

Sobre o coment do "Dream Team":

Como já dizia um velho deitado:

"Quem anda com gazela acaba virando viadinho."

Num dou 3 meses pro circo pegar fogo!!!

Cãogaceiro disse...

Ruy Dantas tá montando uma lavanderia. Vai lavar bem pokim din-din! O cara é o jornalista mais parcial da PB, ele e o Hélder "Dick Vigarista" Moura. Fico enojado com a atitude do governo em "dar" as contas para pessoas desse naipe e que não tem nenhuma história ou experiência com publicidade. É triste, mais é a realidade do mercadin paraibano.

Anônimo disse...

Deixem de besteira e vamos trabalhar pra fortalecer o mercado!

Anônimo disse...

Cãogaceiro disse:

"Fico enojado (HHUUUGO!) com a atitude do governo em "dar" as contas para pessoas desse naipe e que não tem nenhuma história ou experiência com publicidade. (NOTA DO EDITOR: HISTORIA? EXPERIÊNCIA? QUEM PRECISA DISSO?) É triste, MAIS (sic) é a realidade do mercadin paraibano."

Amigo, realmente, algumas agências mereciam mais que as outras, no quesito "experiência" e "história" da comunicação pública paraibana e como são feitas suas licitações. hehehe. Isso é que já é histórico.

Só não vou dizer o que elas mereciam. :D

dadado disse...

Esse LC é o meu babão mesmo. E grande não é o ego dele, é o de Teodoro.

E agora só faltam 2 meses pro circo pegar fogo. Vamos fazer a contagem regressiva!

Chapa 2 - Valorização e Luta disse...

Gente,
Adorei o blog, pena não poder ver a dita "chupada", pois o vídeo foi removido. Quem se garante não teme, mas é claro que tem os dias ruins assim como tem aquela peça que você olha e diz "nossa fui eu que fiz" (tom orgulhoso), tem aquela "nossa, eu que fiz" e se esconde... kkkkk publicidade é isso aí...