quinta-feira, 9 de julho de 2009

Chupa toda

Um dos temas mais polêmicos discutidos no mundinho fashion da publicidade é a famosa #chupada. A utilização de referências, o manuseio de informação em forma de mashups e paródias confundem um pouco a discussão sobre os limites existentes entre a referência artística e a cara-de-pau.

O mercado local não está isento dessa polêmica: o blog não publicou, mas ano passado, todos ficaram sabendo do famoso caso da chupada realizada por um "criativo" que acabou estampada nas páginas da revista Press JB. O chupador foi demitido, readmitido e outras de suas peripécias foram descobertas, mas até no Criatividade houve acusações de chupada e utilização de trilhas sonoras sem o devido pagamento de direitos autorais por agências vencedoras do prêmio.

Acho que qualquer pessoa com o mínimo de senso ético e profissional sabe separar o que pode e o que não pode. E isso é tão verdade que as próprias agências que "criam" essas chupadas imediatamente as retiram da internet com medo da polêmica. Quer testar? Entra lá no google e põe ""Filme Click Conta Bradesco", tenta clicar no link do youtube que aparece e conta pra gente o que aparece. O que importa é que o mundo inteiro não para de contribuir conosco. O mais recente caso é a utilização indiscriminada de uma grande sacada criada para o clipe Her Morning do israelense Oren Lavie.

A lista de agências, produtoras e anunciantes que se "inspiraram" no clipe já dá o tom do quanto está disseminado o hábito da auto-chupada no mundo publicitário. Conseguimos o registro de apenas 2 exemplos, mas os anunciantes que já utilizaram a mesma ideia, são: Jurandir Pires (Mart-Pet/YoBR! - Pernambuco), Riachuelo (Bigmen), Click Conta Bradesco (NEOGAMA BBH - São Paulo), Comcast (Grupo Gallegos, USA).

E aí? Alguém se habilita a ser o próximo?





Untitled from tiago on Vimeo.


2 comentários:

Laércio disse...

e tudo começou com um belo trabalho do diretor Tomas Mankovsky: Sorry I'm Late - http://www.sorry-im-late.com/

ai ele dá uma aula completa de como produzir um pixlation.

Dalcaledu disse...

um dos grandes problemas da #chupada é o fato dos publicitários de criação em geral transitarem pelos mesmos lugares, beberem das mesmas referências e limitarem-se o tempo todo pela sacadinha fácil. até acho válido que se testem linguagens utilizadas no cinema, nas artes plásticas ou na música, concordo que isso também faz parte da função de quem é redator, rtv ou diretor de arte de uma agência de propaganda. mas, se vc for parar pra pensar...em geral, os profissionais de cinema por exemplo, passam anos trabalhando com publicidade, testando linguagens, enquadramentos e técnicas na produção de comerciais para depois partir pro cinema, que é mais complicado, exige mais recurso e muito mais dinheiro. Ou seja, o certo é a publicidade com a sua "liberdade criativa" servir como base para o exercício da arte e não o contrário.
Concordo com o blogueiro quando ele diz que essa questão do pode e do não pode nesse tema, tem tudo a ver com bom senso, mas acho que tem a ver com ética, tb.