sexta-feira, 16 de maio de 2008

Lixo até o pescoço.


Alguém parou e se perguntou: Por que há tanto lixo na propaganda? Com certeza muitas pessoas já perceberam essa defasagem no nosso ganha-pão. Uma boa amostragem disso pode ser vista aqui mesmo. Mas dessa vez quem se perguntou foi Russell Davies, um blogueiro que fez um post bem legal apontando a enorme disparidade que há na produção de lixo entre a nossa área e as demais – aliás, ele vai além e diz que são 99% do todo. De forma que existem menos filmes, livros, quadros, esculturas ruins do que propaganda.

Porém, Russell justifica essa produção em massa de baixa qualidade e se mostra otimista. Dessa vez não tem nada a ver com a idéia de a propaganda ser exploradora, mentirosa e sem escrúpulos. Ele afirma que o problema está no modelo de negócio da propaganda. Quase tudo que é oferecido à população, seja produto ou serviço, deve atender à demanda cultural. De forma que se for bom e agradar, este vai ficar. Do contrário, logo será rejeitado e passará. É como uma seleção natural. Mas com a propaganda é diferente. O modelo é arbitrário e, sendo ela boa ou ruim, se baseia na repetição. O fato de detestarmos aquela propaganda chata que insiste em se repetir nos intervalos da nossa programação favorita, não irá tirá-la do ar.

O otimismo de Russell vem a tona quando ele afirma que esse modelo está indo embora. Atingir as pessoas com merda não vem se mostrando uma coisa muito eficaz. Isso vai causar um baixa na indústria de lixo na propaganda, prevalecendo as boas idéias.

Não sei se realmente isso está acontecendo, mas é uma certeza acontecer. É pouco improvável que os empresários, diretores, responsáveis por marcas, vendo o cenário das vendas, da concorrência, da velocidade que as coisas acontecem, não se dêem conta que gritar o preço, ou dizer vagamente que é melhor, não surte mais o resultado de sempre. Propaganda tem um único fim: dizer algo a alguém. Seja esperando que esse se motive a comprar, sinta-se bem por ter comprado, crie uma imagem positiva daquela marca ou apenas se informe. E a partir do momento que isso, antes de ser dito, é planejado com cuidado e dito com criatividade, a propaganda se torna menos gratuita, mais eficaz e pode ser considerada até como entretenimento, ao cair no gosto das pessoas. Existem comerciais que as pessoas torcem para que passem, já outros dá vontade de jogar a TV no lixo. Prefiro ser alguém que agrade as pessoas, do que o mala que vai colocar aquela porcaria no meio do lazer de alguém.

3 comentários:

Anônimo disse...

Um post muito doloroso, mas bem realista e acima de tudo, e pior de tudo, verdadeiro. Bem legal.

Dói até em ler.

Anônimo disse...

Imagem muito do caralho!!!
Deveria ter um lixo desse em cada agência.

parabéns

Laurênia Lavôr disse...

Parabéns pelo blog no todo !
Está muuito bom! :D
Esse post pra mim foi o preferido.

;)